Keila Santana
Especial para o UOL Notícias
Em Brasília
Atualizado às 11h50
Três anos depois dos primeiros anúncios de investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República, afirmou nesta quinta-feira (4) que 63,3% das metas do governo federal previstas até este ano foram cumpridas e que 40,3% das obras foram concluídas.
"São valores significativos. Houve uma evolução bem favorável do PAC no último ano", disse Dilma ao apresentar o nono balanço do programa que é carro-chefe da sua possível candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o balanço, foram executados investimentos de R$ 403,8 bilhões entre 2007 e 2009. A previsão do governo é, até o final de 2010, chegar a R$ 638 bilhões. Desse volume, R$ 126,3 bilhões foram investimento do governo e R$ 88,8 bilhões, do setor privado.
Em habitação e saneamento, foram gastos R$ 138,2 bilhões. As áreas de logística, de energia e social-urbana receberam investimentos de R$ 118,7 bilhões, no total. Desse montante, R$ 40,5 bilhões foram gastos em logística, dos quais R$ 27,7 bilhões foram aplicados em 4.916 quilômetros de rodovias.
Na área de energia, o total investido chegou a R$ 72,4 bilhões. O setor que recebeu maior a parcela desses recursos foi o de exploração de campos de petróleo e gás natural (R$ 23,8 bilhões).
Investimento eleitoral
No início deste ano de eleições presidenciais, os investimentos aceleraram: números do Orçamento Geral da União (OGU) mostram que em janeiro o ritmo do chamado PAC "orçamentário" - o programa também inclui injeções de recursos privados - foi bem mais forte do que no mesmo período do ano passado.
Nos primeiros 31 dias de 2010, o governo federal desembolsou quase R$ 1,2 bilhão em empreendimentos do programa. Esse montante é duas vezes superior ao do mesmo período de 2009 e maior que o total injetado no primeiro bimestre do ano passado.
Segundo Dilma, nas áreas de habitação e saneamento, por exemplo, o total de investimentos liberados superou a programação do período. "Liberamos muito além do prometido. Em habitação, dos R$ 19,1 bilhões foram contratados R$ 16,5 bilhões. A gente ainda acha que vai ter um aumento. Todo ano é assim, a gente começa com uma previsão menor e vai crescendo", afirmou.
A ministra repetiu que os investimentos no PAC foram mantidos mesmo no ano em que a crise financeira internacional atingiu o sistema de crédito, inclusive no Brasil. "Houve evolução favorável do PAC nos últimos tempos e nós mantivemos o nível de investimento mesmo depois da crise."
Dificuldades na execução
Para o presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, José Luiz Pagnussat, são vários os fatores que contribuíram para a execução dos investimentos do governo estar aquém do ideal. Entre eles está a ineficiência de setores do governo - uma crítica que está em sintonia com os comentários de oposicionistas nas últimas semanas.
"(Os problemas de execução) estão relacionados com a questão da capacitação gerencial, a falta de pessoal ou baixa capacitação do quadro e as deficiências tecnológicas nos sistemas de informação e de gestão", afirmou ao site "Contas Abertas".
"Outro problema que gera ineficiência da máquina está nas dificuldades relacionadas com a questão ambiental, seja pelos exageros nas condicionantes ambientais para concessão de licenciamento, pela falta de um padrão nas análises dos órgãos ambientais ou, ainda, pela inadequação da legislação ambiental à realidade brasileira", afirmou.
Com informações de Folha Online, Agência Brasil e Contas Abertas
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário