quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ordem de Lula é "gastar toda verba do PAC", diz Dilma


BRASÍLIA - A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse aos ministros, na reunião realizada na última segunda-feira na Granja do Torto, que a ordem é "não haver investimento não realizado" e que eles devem "gastar tudo o que há de verba para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)."

De acordo com o relato da ministra para a última reunião ministerial do ano - que alguns dizem ser a primeira de 2009, visto que visou a tratar de mecanismos para o enfrentamento da crise no ano que vem - o presidente Lula lembrou que é preciso fazer com que o gasto seja realizado "de forma consciente".

Ainda segundo Dilma, Lula determinou aos ministros que, para garantir a realização dos investimentos, trabalhem em conjunto com os prefeitos e com os governadores, principalmente para tratar das medidas nas áreas de saneamento básico e educação. "Os parceiros são muito importantes nestas duas áreas", disse. "Trabalhar em conjunto com eles é uma forma de acelerar o PAC."

A ministra, que costuma ser qualificada por Lula como "a mãe do PAC", e que aparece, no momento, como favorita para disputar no PT a candidatura a presidente da República em 2010, participou de um debate na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, sobre a legalização de terras na Amazônia.

Dilma afirmou que o presidente Lula quer que o País atravesse "com maior suavidade esse período de crise". Por isso, manter os investimentos nas obras do PAC é tão importante. A ministra reiterou a análise que vem sendo feita pelo presidente e pela maioria dos ministros, segundo os quais o enfrentamento dos efeitos da crise está sendo feito "com a consciência de que o governo, hoje, é parte da solução e não - como era antes - parte do problema" e que, "antes, o governo quebrava; hoje, o governo não quebra."
Anticíclica

Ainda segundo Dilma, o PAC é o principal instrumento do governo para enfrentar a crise, capaz de dar lastro às medidas anticíclicas. "A crise puxa a economia para baixo, e o PAC puxa para cima, aumentando o investimento. "Quando você aumenta o investimento, significa que você está tendo uma ação contrária ao ciclo. Se o ciclo é de crise, aumentar o investimento faz você manter o crescimento do País, garantir renda e emprego", disse.

Ela lembrou que "só nas hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau (a serem construídas no Rio Madeira, em Rondônia, serão contratadas 50 mil pessoas, sendo 25 mil em cada uma das obras.